O consumidor não tem de se preocupar em resolver os gargalos de atendimento, tarefa que cabe às empresas. As soluções surgem a partir do momento em que temos times mistos. A troca de conhecimentos e experiências entre as gerações é algo extremamente relevante. Os millennials precisam dos integrantes da geração X para gestão, práticas, KPIs e, inclusive, para entender melhor o conceito de cliente. Já os membros da geração X podem contar com o talento dos millennials para empreender toda a parte de revolução e transformação digital. Todos têm o seu valor e uma importante contribuição. Porém, acabamos assistindo a um desmerecimento de um em detrimento do outro e isso resvala no consumidor.
É muito fácil cancelar e boicotar, de acordo com a sua concepção do mundo, ou até pregar a questão do consumo consciente manuseando o MacBook sentado em sua poltrona, em vez de estar em um cenário em que a teoria se transforma em prática. Tudo isso é devidamente alimentado por manipuladores das redes sociais, capitaneados pelo Facebook, um universo paralelo sem sentido, sem emoção e com a perda da razão, em que cada ponto é redefinido segundo a onda do momento, que é altamente explorada pela ditadura do algoritmo e dos dados das redes sociais.
Com isso, temos um mundo chato, sem ideias, sem antagonismos, sem polarização saudável, sem um debate sustentável para que floresçam melhores alternativas, consensos e soluções para o consumidor. Sorte das pessoas que ainda não se tornaram dependentes da internet e conseguem usufruir das maravilhas que somente uma vida humana pode proporcionar.
No início, a promessa era de que a internet seria inclusiva. Hoje, ela é excludente, e ninguém está preocupado com os excluídos. Para completar, durante a pandemia tudo foi comoditizado, na esteira de um movimento que levou milhões de cidadãos a se resguardar e se tornar alvos fáceis de serviços e contatos uniformizados, frios e distantes. Agora, o trabalho das empresas volta-se à recuperação da fidelidade e ao respeito ao cliente.
Da mesma forma, quando pensamos em política, nunca foi tão importante a união entre opostos, esquerda e direita, para fazer a nação progredir. Assim, é essencial a união de gerações, com a consequente colaboração, parceria e trocas de experiências entre os millennials e as demais gerações. Esta é a chave para a inserção de todas as pessoas no exercício pleno de sua cidadania, com o devido respeito às suas necessidades de consumo.
Quando afirmo que o protagonismo é do consumidor, independentemente da geração, destaco também a importância de olhar para o ser humano. É impensável o mundo futuro sem a presença do contato humano no dia a dia. É isso que queremos? Um mundo gelado e sem o calor do contato e das emoções à flor da pele? Há muito mais vida para ser experimentada e usufruída do que a espantosa perda de tempo estimulada pelos pseudoinfluenciadores nas redes sociais. Um olhar generoso para a inclusão geracional é também uma forma de enxergar todas as possibilidades que enalteçam o cliente como ativo precioso de qualquer empresa.