No metaverso existem algumas similaridades. Integrando a realidade virtual, a realidade aumentada e as telas de diversos dispositivos, o que está em jogo são novas experiências no universo digital: interatividade (espaço virtual para pessoas se encontrarem), incorporeidade (não há contato físico, há avatares) e persistência (interconexão de diversas tecnologias). Tudo é climatizado e cuidadosamente ambientado e gamificado para os consumidores se sentirem bem acolhidos enquanto fazem seus passeios, escolhas e compras. Diferentemente do olho no olho do mundo físico, a tecnologia se transforma no “olho que tudo vê”, acompanhando e processando algoritmicamente as relações de consumidores com as marcas que subsidiam, direta e indiretamente, esta estrutura. Todos podem ter múltiplas identidades avatarizadas, raramente anônimas, capturadas e tratadas em forma de dados monetizáveis. E o espaço é democrático, “para todos”, ou melhor: “para todos os que estão no metaverso”, desde que sejam mapeáveis, identificáveis e passíveis de gerar boas informações sobre hábitos de consumo, que podem gerar bons negócios.
Sim, há muitas possibilidades de encantamento no metaverso: aprimorar o relacionamento com seus clientes, ampliando os pontos de contato, gerar experiências inéditas, vender mais, melhor e com mais controle de dados e, inclusive, sendo otimista e gerar bons projetos de inclusão digital e transformação social, beneficiando a economia e a sociedade.
Mas vale lembrar que tudo o que é novidade e gera deslumbramento também pode gerar estranhamento. Em vez de surpreender e fidelizar no metaverso (e com outras soluções contemporâneas como Web3, Stonks, GameFi, Altcoins, FSB Beta, FABS, NET Zero…), muito cuidado: você pode “metabugar” o seu cliente. E lidar com cliente metabugado é bem complicado.