VOCÊ PROVAVELMENTE JÁ OUVIU as expressões cool hunting, trend forecast, future-ready, future-proof, e tantas outras. Não é de hoje que o mundo dos negócios tenta prever o futuro, antecipar tendências e ter uma vantagem temporal sobre seus concorrentes. Mas será mesmo que no mundo tão cambiante em que vivemos (ou também chamado VUCA) é possível adivinhar o que vai acontecer?
Por maior que seja a experiência no ramo de atuação, por mais tempo que uma empresa tenha de mercado, os conceitos conhecidos não são mais capazes de gerar soluções inovadoras em um cenário completamente distinto. Quando falamos de avanços tecnológicos, existem previsões mais técnicas, como a Lei de Moore. No entanto, quando falamos de comportamento, qual é a regra? E ademais, a tecnologia molda o comportamento ou o comportamento molda a tecnologia?
É uma via de mão dupla. Vide o último ano… um vírus invisível, o ser vivo mais básico que pode existir, nos leva a uma adesão massiva de ferramentas tecnológicas que, apesar de já existirem há anos, ainda não tinham contexto para se tornarem o padrão. Além disso, tendências não são necessariamente novidades, podem ressurgir, a exemplo das máscaras de proteção e o hábito de lavar as mãos, soluções antigas com grande aplicação atual.
E como lidar com isso? É preciso um olhar mais atento para transformar uma quantidade imensa de informações em possibilidades estratégicas. Estar preparado para o futuro passa por mudança de mindset, antes de qualquer mudança estratégica. É preciso desenvolver essa capacidade de observação e interpretação, mapeamento de (novas) necessidades e criação de soluções.
Mas, apesar do cenário incerto, não significa que seja preciso correr riscos desnecessários ou apostar no escuro para inovar. Existem inúmeras ferramentas que podem auxiliar na antecipação de inovações: Scenario Building, Moonshot Thinking, Design Fiction.
O Design Especulativo, termo cunhado pelo professor Anthony Dunne e abordado no livro Speculative Everything: Design, Dreaming, and Social Dreaming, visa imaginar como seria projetar sem as limitações atuais de tecnologia, cultura e política em mente e oferece a oportunidade de ampliar a imaginação. A série anual “What If?” do The Economist é um exemplo de exploração de cenários fictícios. São histórias de ficção, mas fundamentadas em fatos históricos, especulação atual e ciência real.
Já dizia Peter Drucker que a melhor maneira de prever o futuro é criá-lo. Na Hyper, acreditamos que a melhor maneira de prever o futuro é cocriá-lo (Tim Lucas, 2018).