1. “Olhar para dentro” se torna cada vez mais universal. O bem-estar físico, mental e espiritual se mostra uma busca ainda mais presente, em função de isolamento forçado, crises relacionais, questionamento do trabalho, fadiga digital, entre outros fatores. O varejo pode oferecer produtos, serviços e experiências que permitam às pessoas coletivizar o bem-estar, fugir da rotina urbana e desacelerar, e reatiçar os sentidos, tão atrofiados na pandemia.
2. Os espaços se ressignificam completamente. Nossas casas viraram escritório, creche, academia, escola. O efeito disso já é visível: pessoas querem adaptar ou transformar suas casas em mais do que apenas casas, da mesma forma como procuram encontrar espaços e experiências externas que também sejam criativas. Fica a pergunta: Lojas, restaurantes, cinemas e parques serão apenas o que sempre foram?
3. O desejo represado e a “Yolo Economy” – economia do Você Só Vive Uma Vez. Logo após o fim da Primeira Guerra e da Gripe Espanhola, aconteceu no Brasil o “Carnaval do Fim do Mundo”, o maior de todos até então. Primeiras “tréguas” durante a pandemia atual repetem esse enredo, já mostrando movimentos acentuados de consumo. Com os devidos alertas a um modelo insustentável de consumo desenfreado, o varejo pode ser um “enabler” para que as pessoas resgatem a potência das relações consigo mesmas, os outros e o mundo.
4. Os desafios do mundo exigem protagonismo. O varejo deve participar da evolução da consciência coletiva, fruto da pandemia. Uma das formas de fazer isso é se “decolonizando”: apoiando empreendedores, marcas e produtos feitos por negros, periféricos, queer, indígenas, PCDs e outras minorias e oferecendo produtos inclusivos no uso e uma logística que chegue a locais mais remotos.